terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Catequese de Natal

Tinha acabado de chegar a casa do encontro 25 horas de Natal, e o que mais me apetecia era estar com a família... Mas ainda tinha de preparar a catequese! Tinha de fazer uma sequência dos objectivos, daquilo que eu queria levá-los a reflectir, das temáticas que iria abordar, e da forma como o iria fazer, através de exemplos o mais simples possíveis...

Foi a catequese mais bonita...
Eram aproxidamente 22h quando começámos!

Eles perguntavam-me: "Catequista, o que vamos fazer? Estamos curiosos!"
Mal eles imaginavam como eu me sentia..!
Começámos com a representação da Conversão de S.Paulo! Muito bonita! Uma reviravolta na vida deste homem!
"Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim."
Tudo o que Paulo diz ou faz, nasce da experiência de ser amado por Jesus. Esse amor que Cristo também nos tem a nós, toca o mais profundo de cada um. Por isso a fé não é acreditar numa ideia abstracta. É o impacto que o amor de Deus teve no seu coração.
PAULO RECEBEU UM GRANDE PRESENTE: A Luz de Deus que lhe transformou a vida!

Depois, peguei na temática dos presentes de modo a que eles tomassem consciência de que Jesus nos dá presentes todos os dias, e se O considerarmos como estranho corremos o sério risco de não O aceitar...
Porque quando Deus dá não olha a despesas, e os presentes d'Ele são sempre presentes de Amor. E qual foi o maior presente que Deus nos deu? O maior presente foi o Seu próprio filho, o menino do presépio! Este menino que anda constantemente à procura de um sítio para nascer...
O momento que provocou gargalhada geral na catequese foi aquele em que pedi dois voluntários. Dei-lhes a escolher um presente a cada um. Entreguei-lhe o presente embrulhado, e coloquei-lhes o desafio de serem submetidos a um teste de rapidez. Teriam de desembrulhar o mais rápido possível, aquele que dispendesse menos tempo, seria o vencedor! Como seria de esperar, rasgaram o embrulho todo! Então, pedi-lhe que reconstruissem os rasgos, com fita cola. Riso geral na plateia, expressão de admiração por parte do A. e do C. (voluntários). Dei-lhes uns 5 minutos, e eles finalizaram a tentativa de reconstrução do presente embrulhado.
Na nossa vida, também quantas vezes erramos, quando agimos mal, sem pensar, apenas porque os outros nos pedem, sem pensar nas consequências...
Depois, arrependemo-nos e queremos voltar atrás.. Pedimos desculpa, mostramos arrependimento, mas ficam sempre marcas, porque sozinhos não conseguimos reconstruir nada, não conseguimos fazer com que "tudo" volte atrás! Mas, a Deus nada é impossível! E Deus ama-nos tanto, que sempre nos permite "reconstruir" a nossa vida tal como fez com S.Paulo!

Somos então convidamos a olhar-nos!
Imaginem que pegam num copo de água. Olhem para ele. A água parece limpa. Exeperimentem olhar para o copo quando a luz do sol a atravessa. Agora percebem-se melhor muitas impurezas em suspensão na água. O mesmo se passa com a vida de cada um de nós. Se olharmos para ela à pressa, tudo parece estar bem. Mas quando olhamos para a vida à luz do Sol... quantas sombras e sujidades encontramos!A Palavra de Deus é a Luz do Sol que nos permite ver com mais verdade a falta de qualidade da nossa vida. É esta Palavra que nos recorda o grande Amor que Deus nos tem e que nos faz desejar uma vida mais luminosa.
Somos convidados a olhar para a nossa vida e descobrir com verdade e honestidade, as nossas falhas. Olhem que não é fácil de fazer. Há pessoas de 70 anos que se confessam dizendo a mesma lista de pecados de auando tinham 9 anos. Há pessoas que não percebem de que é que se trata: "Se eu não tenho pecados nenhuns!" Outros não conseguem passar de uma vaga sensação de culpa ou de vergonha.
Mas Deus convida-nos a superar tudo isto.
E se nós entendermos o Amor Infnito que Ele tem a cada um de nós (tão difícil de entender!), também compreendemos o quando Ele fica magoado! O quanto Ele chora, por ver que não somos pessoas mais felizes! Porque Deus é o próprio Amor, e somos todos convidados a VIVER POR AMOR!
Isto deve tocar cada um de nós, e se amamos realmente realmente Deus, a nossa dor torna-se uma oração chorada, uma oração/diálogo que fala a Deus do nosso pouco Amor. Convidei-os a vendar os olhos com um lenço, e a experimentarem a cegueira de S.Paulo. Em silêncio, com as vendas, música de fundo, luzes apagadas, espalhados pelo chão da sala meditaram nas vezes que disseram não ao amor. À medida que se achavam preparados para ir ao encontro da Luz, levantavam o braço e eram levados até a um sacerdote... Seguia-se uma breve conversa, mais longa noutras casos, e no final a absolvição dos pecados.

E depois, agradecer... Deus fica contente com o nosso caminho. Deus perdoou-nos; estamos contentes. Dentro de nós renasce a esperança. Por isso, fomos para a igreja e agradecemos-Lhe.
No final, um grupo de jovens da paróquia encenou uma peça realmente bonita sobre o mundo, a sua criação e o homem!

E como não poderia deixar de ser, esperáva-nos a ceia :)
A noite já ia longa, e foi um momento de convívio muito bom!

2 comentários:

Anônimo disse...

És uma excelente catequista!
Admiro-te Ana Rita *
Continua assim!

Ritinh@ disse...

Querido Anónimo..

Oh! Não sou nada, tenho ainda muito a aprender, e vocês ensinam-me imenso!

Beijinho
Ana Rita