quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Cegueira?!

SUGESTAO: PASSA COM O CURSOR, CLICANDO COM O RATO, POR CIMA DO "VAZIO", E IRAS VER PARA ALEM DO ALCANCE...

Com Paulo para um pouco!

Foi nos dias 26, 27 e 28 que um grupo de jovens da catequese, que se “prepara” para fazer o Crisma, aceitou o convite ousado de PARAR!

Aceitou um tempo de convívio, de paragem e de Encontro com Deus. Sim! De Encontro com Deus, pois se nos encontrarmos com Deus, tudo o resto esta assegurado!

A prioridade seria estar com Jesus, experimentar Jesus, parar um pouco nesta vida em que corremos desenfreadamente… Há muitas formas de parar, algumas são drásticas, tal como a de S.Paulo (se ficarmos cegos somos obrigados a parar). Mas, foi-nos proposto que parássemos por opção própria naquele fim-de-semana.

“Vinde comigo para um lugar deserto e descansai um pouco”
O Senhor fala-nos pessoalmente, interpela-nos, desafia-nos, tem um segredo para a vida de cada um. Temos de aprender a escutá-Lo, a deixar que a Palavra entre/ressoe/ecoe! Como e maravilhoso reconhecer os sinais da Presença do Senhor… Ele fala-nos através de pequenos sinais, cabe-nos a nos, VER, INTERPRETAR e RESPONDER! Tal como S.Paulo, deixar-se encontrar!

Nos, jovens que estivemos no retiro, andávamos a procura de Deus… Há tanto tempo que ele nos procura! Para Ele não somos “mais um”! O Senhor projectou a nossa vida. Mais importante do que encontrarmos o Senhor, e deixarmo-nos encontrar por Ele! E como tal, naqueles 3 dias atrevemo-nos a deixar-nos encontrar por Ele, a parar um momento, a questionar-nos onde estamos, se o Senhor vier ao nosso Encontro onde nos encontra, com que medos e duvidas? Que expectativas e motivações temos para o futuro?

“Tenho-te gravado na palma da mão… Para um momento junto a Mim. Com amor eterno junto a Mim. EU SOU O TEU DEUS. TENHO-TE GRAVADO NA PALMA DA MÃO. Não temas... Eu sou o teu Deus e Senhor. Tenho-te gravado na palma da mão…”
Antes de irmos para os quartos onde iríamos passar a noite (dormindo, claro!), batemos a porta da Casa d’Ele, acenamos, e entramos… para ficar!

Não arranjo palavras para “partilhar” o que de seguida aconteceu… Foi sem dúvida um momento de Eternidade, foi sem dúvida um momento fora do Tempo, foi sem dúvida muito mais do que um simples momento! Um Encontro real com Deus subentende mudanças e transformações profundas… “Segue-me” Com esta palavra, o Senhor chamou tantos… O Encontro com Deus e tremendo... porque ele muda-nos por dentro e por fora! Porque nessa altura, conseguimos entender de forma um pouco mais clara os sinais que antes não tínhamos compreendido o sentido… nessa altura as pecas encaixam umas nas outras, e parece surgir a urgência da Resposta! Senti-me inquieta, percebi que Ele já me tinha pedido para O Escutar antes, e que eu simplesmente tinha prosseguido caminho, achando que não era comigo… Que teria “tempo”! Mas ali, parei! Um Encontro com o Senhor muda tudo... e isso pode “transtornar” a nossa vida, os nossos projectos e sonhos! Por isso muitas vezes, preferimos não nos “envolvermos”… Deus marca a vida das pessoas que tem um encontro com Ele, para sempre! O Seu olhar interpela-nos profundamente… temos medo de responder? Sera que acolhemos a Vida que Jesus nos quer dar? A Graca e algo que nos e dado gratuitamente, pela Graca de Deus somos o que somos. A Vida com Cristo mostra-nos a diferenca entre Viver e Sobreviver! Eu quero Viver…

O Sabado comecou, e continuamos a percorrer a Estrada de Damasco, com S.Paulo! Confrontamo-nos com uma realidade tao densa de significado, que quanto mais nos aproximavamos, mais chegavamos a conclusao que faltava muito para la chegar! Busca Incessante…

Da parte da tarde conhecemos varias personagens a quem Jesus mudou completamente a vida, sendo elas, Maria Madalena, um cego, Zaqueu, a Samaritana, Joao, e S.Pedro! Todas elas tinham um ponto em comum, a iniciativa gratuita, amorosa, e livre de Cristo, que fez com que as suas vidas mudassem.

Tambem eu me questionei… Como e que Jesus vai mudando a minha vida? Em tantas pequenas coisas, em tantas pequenas decisoes! Vieram-me tantas coisas a memoria e ao coracao! A primeira foi o meu primeiro retiro com a Congregacao das Servas de Nossa Senhora de Fatima, na Quinta das Tilias.. Em Julho de 2007, na Exposicao do Santissimo ao Ar Livre! Um Encontro Face a Face… “Senhor, Senhor que queres que eu faca?” E tantas outras coisas que vi de forma mais nitida, desde a acontecimentos em Taize, a missa na Igreja de S.Mamede no retiro Intra e Ve, a conversas de autocarro, a palavras de amigos, a opcoes um pouco sem saber a razao, as motivacoes… Mas no fundo tudo tem um sentido.. uma razao de ser!

Antes do jantar, ainda vimos uma apresentacao em power point que me marcou bastante… Era um convite a que experimentassemos “ouvir”! Retirei algumas frases que mais me tocaram:

“Eu chamo. Eu chamo por vos. Bem sei que e uma ousadia da minha parte, talvez
vã e mesmo inoportuna, mas eu devo lancar a minha palavra como Jesus. E direi
mais: esta minha palavra e grave. Vir comigo comporta uma doaccao extremamente
preciosa, a doaccao pessoal de vos mesmos ao Senhor: ela comporta um sacrificio
sem reservas. Eu tenho que ser sincero: Esta minha palavra, que intenta
ser vocacao para vos, e algo invasor e exigente em relacao a vossa pessoa. Por
agora basta-me bradar: Há ai alguem que queira ouvir? No meio do grande barulho
das mil e uma vozes do nosso mundo, existe alguem que se de conta e ouca a minha
voz?”

Na Vida temos tres opcoes:
- Fugir/contornar as situacoes
- Ficarmos a observar com uma atitude de compaixao, mas cruzarmos os bracos.
- Comprometer-nos com a realidade e darmos a vida pela pessoas que necessitam.
Qual escolhes?

Estava chegar o fim do dia… já tinhamos jantado, e fomos convidados a subir ao sotao…
“Experimentamos” a cegueira de S.Paulo, em que estivemos vendados a reflectir sobre tantas vezes em que não vemos o que se passa mesmo ao nosso lado, tantas vezes em que fugimos do Verdadeiro Caminho… Depois de ter estado mais de uma hora “cega”, pedi a uma catequista para me ajudar a prosseguir caminho, a descer todas as escadas, e bati com a cabeca duas vezes (Que dor! Devia fazer parte do esquema! Ahah), entrei numa sala, onde estava o Pe.Filipe. Percebi imediatamente que era ele, pela voz… Depois do momento da reconciliacao, ele retirou-me a venda dos olhos, e estranhei a luz, mas rapidamente me adpatei! Mal esparava eu que os minutos seguintes seriao tao significativos! Conversamos… As palavras ainda ressoam, e para sempre ressoarao… porque foram palavras que poderao mudar tanto! Recordo-me que sai da sala, e disse: “Ena pa!”, e aguardei uns minutos antes de entrar na Capela (precisava de “apanhar ar”!), para me juntar ao resto do grupo!

Acho que fui apanhada “desprevenida” durante a conversa, fiquei sem resposta, e senti-me pequena e fragil. Afinal, sera que eu confiava na voz que ouvia bem ca dentro, ou ainda mais… sera que eu a escutava, ou pelo contrario contornava a questao? Sera que procurava interpreta-la? Sera que estava disposta a responder?
OK! Ali, tinha percebido que estava a “descoberto”!
Confesso que sai da sala um pouco inquieta, leve mas inquieta! Estranha a sensacao, Sim! Inquietude e leveza conferem um estado… estranho! Muito fica por dizer…

Antes de ir para o quarto, muito aconteceu… A ida a cozinha beber o cha, a conversa ao cimo das escadas, a confianca, partilha, e os conselhos!
Que dia… Obrigada Senhor!
Que noite… no Teu regaco!

Domingo, o dia do Senhor! O ultimo dia deste encontro!
Depois da Missa presidida pelo Bispo D.Anacleto, e do almoco, retomamos o momento “curiosidade”, em que fizemos perguntas aos animadores do encontro! Foi bom fazer as perguntas, foi melhor ouvir as respostas! Há sempre perguntas que ficam por fazer, outras respostas que ficam por esclarecer, mas ficou a promessa do dia 30 de Janeiro em S.Mamede!

Por fim, uma palavra de reconhecimento em primeiro lugar ao Padre Filipe que “conduziu” o nosso Encontro, a Irma Mafalda pelas suas palavras doceis e testemunho Cristao. E aos nosso catequistas, pessoas tao importantes que nos ajudam a trilhar este caminho… o caminho da Vida!

Ana Rita
29 de Dezembro de 2008

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Um Santo Natal... Optimo 2009


"O céu não pertence à geografia do espaço, mas à geografia do coração.
E o coração de Deus, na Noite Santa, inclinou-Se até ao curral: a humildade de Deus é o céu.

E se formos ao encontro desta humildade, então tocamos o céu. Então a própria terra se torna nova.
Com a humildade dos pastores, ponhamo-nos a caminho, nesta Noite Santa, até junto do Menino no curral!
Toquemos a humildade de Deus, o coração de Deus!
Então a sua alegria tocar-nos-á a nós e tornará mais luminoso o mundo.
Amén."

S.S. Bento XVI



Queridos Amigos:

A todos desejo um Natal com muita PAZ e que consigam descobrir o projecto divino para 2009 e “acertar o vosso passo” com Deus, como o pensamento de Stª Teresinha: “Deus pensou em cada um de nós desde toda a eternidade e por amor nos criou. Sobre cada um de nós Ele tem um plano, um projecto, um desígnio de amor que Ele próprio, através do seu Espírito e em colaboração connosco vai realizar. O problema do homem reside em descobrir esse projecto divino, acolhê-lo, acertar o passo e seguir o seu ritmo”. (História de uma alma, 1996, p. 13)


Fica a sugestão de um livro para todos os que pretendam cultivar a simplicidade...
Amiga, Ana Rita

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Outras pontes a construir...

Era uma vez...
.. dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, e que entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença numa vida de trabalho lado a lado. Mas agora tudo havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.

- Estou à procura trabalho, disse ele. Talvez você tenha algum serviço para mim.
- Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade do meu irmão mais novo. Nós zangamo-nos e ja não posso suportá-lo mais . Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois, use-a para construir uma cerca bem alta.
- Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos.
O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro.
Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de uma cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho. Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:
- Depois de tudo o que lhe contei, como se atreveu a construir esta ponte?
Mas as surpresas ainda não tinham parado. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão aproximar-se de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio. O irmão mais novo então falou:
- Tu realmente foste muito meu amigo, construindo esta ponte mesmo depois do que eu te disse. De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direcção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte. O carpinteiro que fez o trabalho, partiu com a sua caixa de ferramentas.
- Espere, fique connosco! Tenho outros trabalhos para si. E o carpinteiro respondeu:
- Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir...

Ate um dia destes, amigos! Tenho outras pontes a construir... Todas as nossas gargalhadas estarao sempre na minha memoria... Todas as animacoes e actuacoes...

Chegou a minha hora..de me ausentar por uns tempos.. Voltarei... Esse dia chegara!

domingo, 21 de dezembro de 2008

Talvez já te possa ver nas palhinhas...

Quis abraçar-te. Havia a estrela, e aquela música tão diferente de todas as outras. Havia frio lá fora e tu estavas no aconchego da gruta. Havia ali Reis de joelhos, e todos olhavam para ti, e parecia que nada mais existia senão olhar para ti e querer abraçar-te.
Quis abraçar-te porque eras assim pequeno e sem defesa, e os meus braços me pareciam fortes. Porque me tinham dito que eras Aquele que tínhamos esperado; que eras tu o fruto da grande espera. E que ao abraçar-te se abririam caminhos novos, com cores novas; e que veríamos aquilo que antes não podíamos ver; e que conheceríamos a música que tinha estado escondida durante longos séculos.
Quis abraçar-te e estendi os braços e trouxe-te para o meu regaço. A tua Mãe olhava-nos com um olhar que era de orgulho e de encorajamento.
Abracei-te. E beijei-te. Pareceu-me que queria comer-te com beijos e que isso era possível.
E foi então que sucederam muitas coisas que não esperava. Não tinha conseguido deixar de fechar os olhos, e, enquanto te abraçava, senti que estreitava um corpo que se tinha tornado bem maior. Que suava, que sangrava, que tinha sido golpeado.
Estremeci e abri os olhos. Mas já não havia reis, nem presentes; nem eu te abraçava já. Não se ouvia a música. A gruta tinha-se tornado fria, e nas palhinhas estava deitado um leproso.
Saí, a correr, da gruta. Assustado. Onde estarias? Lá fora, a paisagem tornara-se deserta e o sol queimava. Um abutre esperava a morte de uma criança escura, em extremo magra, que, quase deitada de bruços sobre a terra vermelha, não tinha forças para se mexer.
Onde estarias? Continuei a procurar-te - ou a fugir de tudo aquilo? Andei por muitos lugares. Cruzei-me com homens tristes e crianças ocas. Encontrei uma mulher cujo filho partira havia muito e não voltara; e um velho muito velho a quem não deixavam viver na casa da família que fundara. Vi os doentes e aqueles que, tendo saúde, sofriam por dentro qualquer coisa pior que a doença.
E, na minha correria, pareceu-me não ver na terra alegria nem festas, nem fogueiras nas casas. Embora os homens se agitassem muito em ruído e imitação de felicidade, pareceu-me que eram vazias todas as palavras que diziam. E tive pena deles. Toda a Terra era um mar de sofrimento e disparates. Onde estarias?
Sentei-me então numa pedra à beira do caminho, porque estava cansado e não entendia o que tinha sucedido. Porque precisava de pensar. E compreendi que tinha começado a ver aquilo que antes não podia ver, e que era isso o que me perturbava.
Passou o tempo e ainda aqui estou, sentado na pedra, à beira do caminho. Dói-me a cabeça e apenas consegui obter uma suspeita: talvez suceda que estejas escondido de alguma forma no leproso, nos homens tristes, nos doentes, na criança que sofre. E que, fugindo deles, eu fuja de ti. E que, para te abraçar, eu tenha de os abraçar. Tive este pressentimento porque é sempre com eles que me encontro quando te procuro.
Talvez exista um mistério e seja necessária coragem para o entender. Pode muito bem ser que não tenhas vindo para nos oferecer uma festa com presentes, mas para nos confiar uma tarefa: a mesma que escolheste para ti. Dar a vida pelos outros, não foi?
E se eu fosse, devagarinho, até à gruta? Existe valor em dar um primeiro passo. Se eu partir, talvez se acenda uma luz nesta cabeça que me dói; talvez pelo caminho ganhe coragem; talvez consiga, até, abraçar o leproso. Talvez já te possa ver nas palhinhas...
Paulo Geraldo

Nao tenhas medo, Rita!



” Não tenhas medo, pois Eu estou aqui… é o Teu Senhor quem diz… quero guiar os teus passos. Vem, entrega-te então, farei morada no teu coração.”

“Parece-me sentir a sua mão forte a apertar a minha; parece-me ver os seus olhos sorridentes e ouvir as suas palavras, dirigidas a mim em particular, neste momento: ” Não tenhas medo!”


“Não vos inquieteis quanto à vossa vida…Olhai as flores e as aves do céu … Basta a cada dia o seu problema” (Mt 6, 12-34), “Bendigo-Te, ó Pai, porque escondestes estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11, 25), “…E tudo quanto fizerdes, fazei-o em nome do Senhor Jesus…” (Col 3, 17), “… Quando sou fraco, então é que sou forte … Basta-me a Tua graça …” (2 Cor 12, 8-10). No entanto, talvez nos falte ter este conhecimento com os olhos do coração, talvez não tenhamos a humildade para pedir, em cada acordar, a sabedoria do coração, a sabedoria de Deus.


Quanto ao coração: Ah esse tem razões que a própria razão desconhece. (Blaise Pascal)

Boa noite Pai!

Então seremos livres e veremos,
veremos e amaremos, amaremos e daremos graças.
Eis o que acontecerá no fim, sem fim.


Vives-te sob uma tenda durante quase 30 anos... agora habitas a eternidade...
-Boa noite Pai!
-Ola Filho! Deita-te no meu regaco... e descansa em paz... na Minha Paz...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Antes de começar....


«O Boneco: Deixa estar calado o meu coração!...
A Boneca: Dá-me a tua mão!... que eu saiba da tua mão... Que as tuas mãos não sejam as minhas!... que sejam outras mãos como as minhas... As minhas mãos não me bastam... faltam-me outras mãos como as minhas!
O Boneco: É assim que bate o coração...

A Boneca: Dá-me a tua mão!... que os nosso corações sejam a repetição um do outro como é justo!... que as tuas mãos me tragam destas, me tragam paz... paz que se ganha!... (Pausa.) Dá-me as tuas palavras!... essas que tu guardas... essas palavras que não morrem, nem se matam!... essas que lembram o mar... o mar que nunca pára... o mar que não se cansa... o mar que insiste... o mar que não se gasta.
O Boneco: Cala-te coração! Deixa ouvir o mar...
A Boneca: Tu também viste o mar?
O Boneco: O mar foi feito por nossa causa!...
A Boneca: Ah!... É assim, juro-te, exactamente assim o mar... Oh! como tu o viste bem! Dá-me a tua mão p'ra ser tão grande o silêncio... (Pausa.) O mar!... não acaba nunca o mar!...
O Boneco: O mar começa sempre...
A Boneca: É como o coração dentro de mim!... E nunca sai do peito o coração!
O Boneco: Pode mudar-se o coração?...»

Almada Negreiros

sábado, 13 de dezembro de 2008

Futuralia 2008

"Para sonhar o que poucos ousaram sonhar.
Para realizar aquilo que já te disseram que não podia ser feito.
Para alcançar a estrela inalcançável.

Essa será a tua tarefa: alcançar essa estrela.
Sem quereres saber quão longe ela se encontra;
nem de quanta esperança necessitarás;
nem se poderás ser maior do que o teu medo.
Apenas nisso vale a pena gastares a tua vida.

(...)

Não medirás as tuas forças.
O anjo do bem te levará consigo, sem permitir que os teus pés se magoem nas pedras.
Ele, que vigia o sono das crianças e coloca nos seus olhos uma luz pura que apetece beijar, é também guerreiro forte.
Verás a tua mão tocar rochedos grandes e fazer brotar deles água verdadeira.
Olharás para tudo com espanto.
Saberás que, sendo tu nada, és capaz de uma flor no esterco e de um archote no escuro."



"Veni, vidi, vici "


Obrigada a todos os que de certa forma marcaram a ida a Futuralia... Obrigada a mao que sinalizou a esperanca, permitindo-nos realizar aquilo que nos tinham dito que nao podia ser feito, a mao que levantou quem tinha caido, levando-o a atingir a estrela inalcancavel... a mao de solidariedade que permitiu que os pes nao se magoassem na pedras, e por fim a doce mao que apontou o ceu, fazendo-me olhar para tudo com espanto... Espanto de quem para alem de ver, compreende! Compreende e ama... Ama e Sorri! Sorri e Vive!


Como e possivel que um dia aparentemente "normal" (como se houvesse dias ditos normais!), seja tao "grande", comporte tantos momentos unicos... Tantas emocoes... E, por sorte (como se esta existisse!), ainda me ofereca um mp3 e um mp4 =D

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

PARABENS AVO^!

"Navega, descobre tesouros,
mas não os tires do fundo do mar,
o lugar deles é lá.

O sorriso!
Esse deves segurar,
não o deixes ir embora, agarra-o!

Não importa se a estação do ano muda,
se o século vira, conserva a vontade de viver,
não se chega a parte alguma sem ela.

Abre todas as janelas que encontrares e as portas também.
Persegue o sonho, mas não o deixes viver sozinho.
Alimenta a tua alma com amor, cura as tuas feridas com carinho.

Se achares que precisas de voltar atrás, volta!
Se perceberes que precisas seguir, segue!"
Excerto do poema "Navegar", do grande Pessoa =D


Um grande beijinho para o melhor avo^! PARABENS neste dia especial!
Obrigada por tudo, CAPEL!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Onde me sinto em casa


Promessa....


Chamo-te...


Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.


Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só dos Teus olhares me purifique e acabe.
Há muitas coisas que eu quero ver.
Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha.
E se derrame sobre a Terra
Em primavera feroz precipitado.


Sofia de Melo Breyner Andresen



Sinto-me cansada.. cansadissima.. de um cansaco cansadissimo issimo issimo...

Nao vou falar das grandes coisas que aconteceram hoje... estao guardadas na Caixinha, e la permanecerao... serao como pedras num charco... produzindo ondas que se expandem por varios metros, tentando fazer do mundo um sitio mellhor para se viver...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

CM...


Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

colhidos no mais íntimo de mim...

Suas palavras

seriam as mais simples do mundo,

porém não sei que luz as iluminaria

que terias de fechar teus olhos para as ouvir...

Sim! Uma luz que viria de dentro delas,

como essa que acende inesperadas cores

nas lanternas chinesas de papel!

Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas

do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te

e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento

da Poesia...

como

uma pobre lanterna que incendiou!


Mario Quintana (Quintana de Bolso)