sábado, 7 de novembro de 2009

"Não matarás", disse o Pai do Céu ao Homem

Não dispares, está bem?

Tu sabes. Ele não pode fugir por muito tempo. Está fraco e sem forças. Repara como lhe caem suspensos no corpo esses farrapos tão dignos.

Não dispares. Ele ainda vive e luta ainda. Carrega no olhar desmaiado o milagre da sobrevivência – sim, eu acredito que Deus vive n’ele e o ama, tal como te ama a ti apesar dessa tua horrenda cobardia. É o milagre da vida que me dá certezas de que o Espírito Santo ainda sopra Amor no seio de tanta miséria e sofrimento.

Olha, homem rico, não te desfaz o coração ver o jeito assustado com que ele foge (a custo) dessa tua atrocidade? É uma criança, com sonhos diferentes dos que tiveste quando eras pequeno (ainda o és agora, mas é-lo de coração). Sonha com a tua realidade, creio. Com um pedacinho dessa segurança, uma semente desse teu alimento, um grão desse teu conforto. Ele ainda sonha com uma gota dessa tua vitalidade (de corpo, porque tu és de um espírito vazio e mole). Sonhos humildes, os dele! Mas de horizontes imensos e de perspectivas aflitivas. E tu, homem rico? Que sonhos são os teus? Porque vives e pelo que lutas?

Não dispares, por favor. Ele está fraco e sem forças. Também ele sabe que não irá longe mas não deixa de fugir. É que ele é rei da própria vida e a vida é a sua única riqueza. Não tem soldados que o protejam e o seu manto real não passa de tudo o que traz no corpo desfalecido de fome. Ele sabe que não lhe adiantará de muito fugir – não por estar fraco e sem forças, mas porque já ouviu falar dessa tua crueldade implacável e insensível à Graça da vida – mas não quer ser destronado. E tu, homem rico? Que riquezas tens? Até onde irias por elas?

Não dispares porque ele ainda não perdeu essa dignidade que outrora tiveste. Ah! H(h)omem, tu tinhas sido talhado para grandes obras! Foste feito à imagem e semelhança de Deus. Ama, porque é para isso que vives.

Quem és tu, homem rico de alma pobre?
E onde está Deus em ti?

Costumam perguntar-me porque sofremos se Deus existe e nos ama. O que me atormenta a mim é que tantos homens se tornem no que tu te tornaste, com um exemplo tão vivo como o de Cristo. O que me atormenta, de verdade, é saber que muitos não têm fé bastante para compreender que este mundo de dor foi criado por nós – e não para nós. Somos livres e fomos feitos livres.
A mim, o que me flagela a alma e me toma o coração de assalto é a possibilidade de me tornar no que tu te tornaste.

Serei eu como tu?

(este texto não é da minha autoria, mas as palavras são minhas...)

2 comentários:

Marco Jacinto disse...

O texto apenas tenho a dizer que todos o deviam ler, não por ser da tua autoria mas porque devemos todos de refletir um pouco cada dia, Mas sim ainda assim devemos agradecer ao senhor por Tu (Ana Rita)escreveres estes textos e dares algum do teu pouco tempo para que todos possamos refletir um pouco cada dia....Gráto por ler cada dia o que Deus me permite ver cada dia....Agradeço-te Ana Rita e a ti meu Deus por esta mensagem que passas por intermédio desta tua serva que é um exemplo para todos..........

....e tanto o que fica por escrever

Ritinh@ disse...

Marco...
fico feliz por gostares de reflectir, e por leres este cantinho... este "um pouco mais", às vezes de mim, outras nem tanto!

Não me agradeças a mim, se lhe agradecer a Ele, é óptimo!
Ah, e pede-Lhe um favor...
que me conceda a graça de não ter medo de servir sempre mais e mais....

Fica sempre imenso por dizer..!