Hoje encontrei um texto que decidi partilhar com vocês..
Vivemos num tempo em que quebrar regras tem estilo, qual turma em que os rebeldes fazem sucesso, a nossa geração ri-se com o Dr. House e tem como herói o Batman.
Os tempos são de contestação, achamos que há normas a mais, que entram na nossa vida e nos tiram a “liberdade”: não fumamos, não aceleramos, não dizemos o que queremos, quando queremos.
Devo estar a exagerar, mas acredito mesmo que este é um dos vícios dos nossos dias, sintoma de uma visão sobre o mundo que só revela um mal maior nas nossas comunidades e grupos.
Ainda antes de pensarmos o porquê da regra, da proibição ou da imposição, já duvidámos do legislador, do “governo” ou do chefe. Esquecemos que, a maior parte das vezes, se demorou e se pensou até se escolher aquela solução e que, geralmente, faz sentido e é para a nossa protecção, para defender um bem que a razão da regra acredita ter valor.
Sem darmos esse tempo, esse “benefício da dúvida”, essa confiança de obediência, já encontramos excepções à regra, motivações e vontades, quando não são desculpas porque nem passou pela cabeça cumprir.
Esta lógica de desvalorização das normas, de rebeldia, condiciona-nos das nossas casas aos nossos trabalhos. Os filhos vêem os pais ultrapassar vermelhos e encontram legitimidade para quebrar o que esses pais imponham. Crescemos a encontrar razões, a justificar, muitas vezes até com toda a pertinência, mas a verdade é que somos prevaricadores crónicos. Nem que seja às escondidas.


Esta urgência das nossas opiniões e necessidades, esta sobrevalorização e uma dúvida constante sobre quem nos guia e orienta pode ser um perigo, enfraquecem-se as prioridades, passa a banal violar regras, e deixamos de ter verdadeiros princípios ou limites à acção e à reacção. Importa conhecer o nosso bem maior, o nosso reduto de inviolável, e não o aumentar ao exagero – ao “meu bem maior”.
A justificação por um maior bem, por um ideal, é do mais perigoso no pensamento humano (as maiores atrocidades cometeram-se com este slogan), mas não deixa de ser necessário viver buscando-o e defendendo-o, no encontro e equilíbrio que o confronto com o outro, com o “mundo à nossa volta”, permite. Conhecer as razões que nos levam a quebrar regras diz mais sobre nós do que muitas vezes pensamos.
É certo que nada disto é apelo a obediência cega ou confiança tonta. Impõe-se defender aquilo em que acreditamos, questionar os porquês e optar. Grandes santos foram condenados em tribunal (depois das conversões!), grandes heróis foram prisioneiros, grandes rebeldes mudaram o mundo. Todos eles terão cumprido o essencial.
Cumprir e quebrar normas terá, assim, menos a ver com a liberdade que nos é oferecida pelo mundo e mais a ver com a liberdade em que optamos viver. Sou livre e cumpro. Sou livre e aceito as consequências do que quebro. Não o faço por “ter pinta”, por não pensar nisso, ou por desconfiança impensada.
Dizia-me um amigo que vale a pena violar as regras, mas que só vale a pena fazê-lo por razões maiores do que as das próprias regras, sujeitas também elas à crítica, à ciência, ao amor, a um contrato mais profundo e ainda mais existencial. Não vale a pena violar por violar, mas sim violar para as afastar e tentar encontrar melhores...
Quais são as regras para o novo ano lectivo?
Quais, e por quê, estou disposto a quebrar?
Miguel da Câmara Machado
8 comentários:
Quais regras, cada vez mais acho que o mundo não tem regras, mas se niguem as cumprir para que servem?????
Marco,
Se tu as cumprires, se as achares moralmente correctas, e estiveres disposto a enfrentar até olhares de rejeição por parte dos outros... se estiveres disposto a lutar pelos teus ideais, por aquilo em que acreditas, as regras servem de muito..!
Não é importante quebrar regras...
O importante é ter a coragem de seguir as regras do AMOR!
"Deus é Amor..."
(1Jo 4)
No início de um novo ano lectivo é importante seguir as regras do AMOR!
Ana Cristina
Não é importante quebrar regras...
O importante é ter a coragem de seguir as regras do AMOR!
"Deus é Amor..."
(1Jo 4)
No início de um novo ano lectivo é importante seguir as regras do AMOR!
Ana Cristina
Querida Irmã Cristina..
Claro que o importante não é quebrar regras, mas algumas vezes, para seguir as regras do AMOR, têm de se quebrar outras pequenas regras, (ou normas, se lhes quisermos chamar assim!)...
Esse é um dos meus objectivos neste ano lectivo..
Ter a coragem de Lhe confiar as minhas regras, as nossas regras...
è como eu digo... Hoje em dia tudo está banalizado... Tudo, ou quase tudo é considerado "normal". E o que é normal é considerado "anormal". As pessoas estão acomodadas nas suas vidas e não buscam mais nada. Acho que o que é preciso é não nos deixarmos acomodar, e lutar por aquilo em que acreditamos, e, como disse a irmã Cristina, seguir as regras do Amor! ;)
Beijinhos!*
Oi Dream :)
Ainda estás de férias, não é verdade?! Nota-se! Eheh*
Graças a Deus nem tudo está banalizado... no meio daqueles que sobrevivem, ainda há muitos que VIVEM :)
Porém, penso que o problema não é tudo ser considerado "normal".. às vezes gostaria de inverter os sentidos.. colocar as pessoas a ver o que é normal como anormal, e o contrário! Penso que seria um jogo interessante, muito interessante!
:D Talvez me passassem a ver como alguém "mais normal" :)
E claro que a Irmã Cristina disse tudo.. TUDO! Apenas disse aquilo que fez e faz todos os dias.. seguir essas regras.. do AMOR!
Beijinho***
Foi isso que eu disse ao juiz mas ele não quis crer
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